sábado, 16 de abril de 2011

Marketing

Interessante perceber como é comum denominar certas condutas por um nome bonito e assim tentar desculpá-las.

Falar o tempo todo de si mesmo é marketing pessoal.

Captar clientes (vedado pelo Código de Ética da OAB) é marketing jurídico.

Interessante, deveras interessante...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Bolsonaro, o potro.

À essa altura todo mundo já sabe quem é Jair Bolsonaro. Confesso que até dias atrás, quando ele ficou famoso nacionalmente, eu nunca tinha ouvido falar da figura.

Nem sei por onde começar esse texto, porque tanto já se falou do moço que parece que qualquer coisa que se diga é chover no molhado. Creio que o jeito é dar uma olhada na biografia dele.

Que beleza, Paulo Sérgio! O hóminho é militar, além de político. Depois eu digo que não nutro a menor simpatia por esse pessoal e não entendem. Fica fácil entender porque ele é de direita, homofóbico, machista e tantas outras qualidades (na foto abaixo temos um cartaz que Bolsonaro dedicou carinhosamente às famílias das pessoas desaparecidas durante a Ditadura Militar. Diz: "quem procura osso é cachorro").



Na última segunda-feira o CQC deu a ele oportunidade de se explicar (?) sobre as polêmicas declarações, e a tentativa foi risível. Sobre a resposta que deu à Preta Gil (o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, e ele, classudo que só, disse que não discutiria com ela essas promiscuidades), asseverou que tinha entendido errado a pergunta, que achava que ela se referia aos homossexuais. Ah sim, tá perdoado então! Lembrei-me daqueles filhinhos de papai que espancaram uma mulher no ponto de ônibus e saíram com a brilhante "achamos que fosse uma prostituta". 

O que me chamou a atenção foi a incoerência do deputado. Ele se diz contra cotas porque está na Constituição que o acesso às universidades públicas se dará pelo mérito, e que não aceitaria ser operado por um médico cotista e nem entraria num avião pilotado por um cotista (fiquei imaginando-o na fila de embarque do aeroporto, suando frio e pensando: será que o piloto é cotista?). Pois bem, ele invoca a Constituição (deve ser bonito!), mas não se dá conta de que a maioria de suas posições (ele é a favor da pena de morte, da tortura para quem praticar certos crimes, de execução sumária em caso de crime premeditado etc. Capitão Nascimento é fichinha perto dele) vão de encontro ao que lá está previsto. Como, por exemplo, que ninguém será discriminado por conta de raça (ô conceito ultrapassado), sexo, religião etc. 

O mais triste da história toda é que tem gente que assina embaixo tudo o que este potro diz. Discordo do Daniel Piza quando ele afirma que a maioria das pessoas não pensa como Bolsonaro. Pensam sim! A diferença é que a maioria sente vergonha de exteriorizar pensamentos tão ultrapassados. Perceba numa conversa informal quantas pessoas se insurgem quando alguém solta um "não tenho nada contra, nem a favor". São poucas. A impressão que tenho é que a maioria, lá no fundo, concorda que duas pessoas do mesmo sexo se beijando é nojento, que preto quando não caga na entrada caga na saída etc. E isso porque meu círculo social é composto, na maioria, por universitários, teoricamente seres pensantes. Se dá para dizer que a sociedade avançou nestes assuntos em relação à décado de 50, por exemplo, é que hoje em dia as pessoas não gostam de ser tachadas de homofóbicas, machistas, racistas, o que é bem diferente de afirmar que não sejam. Triste. Ademais, se os reaças de plantão fossem minoria, Bolsonaro não seria eleito. E, pasmem, ele já está em sua sexta legislatura!

O mais irônico é que ele é filiado ao PP. Sim, caros e caras, Partido PROGRESSISTA. Mas esse tipo de incoerência nos nomes dos partidos nem me choca mais. Afinal, que valores da social democracia pratica o PSDB? Por isso que, na maioria das vezes, voto em pessoas, não em partidos.

Esse é o típico assunto que rende. Como estou com pressa, paro por aqui. Voltarei ao tema.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Vem surpresa por aí" ou "A Rede Social"

"Vem surpresa por aí". Eis o nick de um amigo meu. Pronto, ele praticamente acabou com a surpresa rs.

Interessante que dá para usar isso aqui como twitter também. Aliás, reza a lenda que essa é a receita do sucesso de um blog nos dias de hoje, afinal de contas, em tempos em que ter apenas 140 caracteres para se comunicar se tornou febre mundial, não é recomendável escrever posts longos. Livros então... Mas livros são uma bobagem mesmo. Como dizia alguém-que-eu-não-me-lembro-e-estou-com-preguiça-de-googlar (como é fácil ser sabichão atualmente), livros não mudam o mundo, livros só mudam as pessoas, e as pessoas mudam o mundo.

E já que falei em twitter e tempos de hoje, registro que ontem assisti "A Rede Social". Não foi uma decepção porque eu não esperava muito mesmo. Achei mediano. Como disse para um amigo ontem: "não é ruim, mas se eu fosse você, esperaria passar na Tela Quente". O ator que interpreta o protagonista concorreu merecidamente ao Oscar de melhor ator, fez um trabalho muito bom. A história é interessante, porque se está tratando de sacanagens de um ser humano para com outros, e isso prende a atenção, todo mundo quer ver o vilão se ferrar no fim (embora o filme já comece com o vilão [estranho usar este termo para um moleque] levando um fora da namorada, num diálogo interminável) e porque, como todo mundo sabe e é o maior atrativo do filme, conta como começou o tal Facebook.


Começou assim: Deus disse: que haja luz, e fez-se a luz. Deus disse: que haja livros, e Facebook. (vai dizer que você não esboçou um sorrisinho ao menos?)

Para mim, o que chamou a atenção foi principalmente o diretor, o David Fincher, que dirigiu, entre outros, Clube da Luta (ainda vou escrever sobre), Seven (um dos meus favoritos do gênero), O Curioso Caso de Benjamin Button (que não entendo como não ganhou de Quem Quer ser um Milionário?) e, como nada é perfeito, Zodíaco e o próprio A Rede Social. Diziam que talvez ganhasse como melhor diretor como prêmio de consolação - por não ter levado em outras oportunidades - mas, sinceramente, não merecia mesmo, e olha que eu não assisti nem metade dos filmes que concorreram este ano.
Como não entendo muito de cinema, não consigo separar direção de roteiro. De outra forma: se a história não é das melhores, eu não consigo achar que o trabalho do diretor foi um primor, ainda que tenha sido.

Enfim, é um filme esquecível. Daqui um mês, se me perguntarem o que achei, vou responder: "é aquele do David Fincher que concorreu ao Oscar né? Lembro vagamente". Não entendo como um filme assim foi tão repercutido e porque foi indicado a melhor filme. Se eu tivesse concorrido no bolão do Oscar da Lola, não teria apostado nele de jeito nenhum. Mas o "se" não ganha campeonato.

Puts, fracassei. A intenção era só comentar o nick do amigo mesmo, e veja o tamanho do post que saiu.