quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eu e a religião - parte III


                Esta noite fiquei refletindo por horas. Sobretudo, sobre tudo. Relembrei várias coisas e consegui ver de outro modo certos aspectos do meu presente. Até que tive um estalo sobre algo em que vinha pensando há um tempo.

                E então me lembrei de uma coisa que vários (mas vários mesmo) religiosos mencionaram a mim nas mais diferentes ocasiões para “provar” que deus existe: o fato de estarem com um problema e após orar e pedir a deus uma luz, terem a resposta que procuravam.

                Acho que é de longe a coisa mais sem sentido que já ouvi dos religiosos. Me perdoem se soa agressivo, mas é que realmente não me entra na cabeça como alguém, após muito refletir e chegar a uma conclusão, pode achar que aquilo é uma intervenção divina. “Eu pedi e deus me deu a solução”. 

                É o tipo de argumento que me deixa perplexo pelo fato de negar a inteligência humana. Sabe aquela história de que somos seres ignorantes que não compreendemos os desígnios do Senhor? É por aí. Por esta linha de raciocínio, nós, pobres seres humanos, não temos capacidade de gerir nossas vidas sem ajuda externa. Não temos capacidade de decidir sozinhos (falarei mais disso quando entrar na parte do livre arbítrio) qual será o próximo passo de nossas vidas. “Não somos nada sem deus; já Ele, continua sendo deus sem você”.

                Na última parte dessa série de textos sobre o que penso das religiões (creio que serão 8 partes) direi em que acredito, até para responder uma das perguntas que mais ouço: “se você não acredita em Deus, acredita em que?”, como se fosse necessário acreditar em algo. Aliás, isso me lembra que quando afirmo não acreditar em outra vida após a morte as pessoas retrucam: “mas pense bem, se a gente morresse e tudo acabasse, não faria sentido algum”. Respondo: quem disse que precisa fazer sentido? Mas voltando ao início do parágrafo, adianto que acredito no ser humano, na nossa capacidade intelectual e, vá lá, na bondade humana.

                Claro que foi o homem que disse que a vida precisa ter sentido. Porque somos vaidosos e tememos o desconhecido. “Como assim? Um dia eu vou deixar de existir? Depois de tudo o que fiz em vida, eu, com todos os meus sonhos, sentimentos e pensamentos vou desaparecer? Nananinanão. TEM QUE existir algo depois da morte. Tratemos de criar teorias a respeito”. E então surgiram “n” teorias (que contam com “n” seguidores que acreditam piamente que a sua crença é a única correta e que o resto do mundo está enganado. Não conseguem sequer ter um minuto de dúvida, até porque duvidar é o primeiro passo para descrer, e quem não crê... bem, vocês sabem).

Nenhum comentário:

Postar um comentário