sábado, 21 de maio de 2011

Crônica de um jovem

O Empório ainda vive!

Fazia muito tempo que eu não caía na noite. A maior razão é a minha velhice precoce mesmo, mas conta também o fato de que não existem muitas opções do meu agrado aqui em Ponta Grossa (que, para os que não a conhecem, é uma cidade dominada pelo sertanejo).

O Empório era uma das poucas casas noturnas de que eu gostava. Uso os verbos no passado porque eu parei de sair e (não sei se causa ou conseqüência) nunca mais havia tido algo lá que me interessasse. Nos últimos tempos em que eu passava lá na frente sempre estava fechado ou tendo algo que não me agrada.

Até que ontem um grande amigo me ligou dizendo que teria um cover do Metallica lá. Isso, somado ao fato de que fazia tempo que eu não saía (naquele tempo o Palmeiras ainda ganhava títulos, vai vendo...), me animou. Foi como resgatar o jovem que ainda habita aqui dentro.

Fiquei espantado pela quantidade de pessoas que foram prestigiar o evento! Na minha época esses covers de rock passavam quase que despercebidos, o gênero não faz muito sucesso por aqui. O Empório estava quase lotado. E certamente os que lá estiveram não se arrependeram.

Começo falando da banda que abriu o show, chamada Westhill, se a memória não me prega uma peça. Os caras mandaram muito bem! Tanto que depois o vocalista do cover do Metallica pediu uma salva de palmas para eles.

O som deles foi redondinho, não tinha ninguém na banda que desafinasse. O repertório incluía Motorhead, Deep Purple, Kansas, Ozzy, Kiss, Rainbow e ainda muita coisa que eu não conhecia. O ponto alto do show deles foi quando tocaram Ace of  Spades, do Motor. O Empório quase veio abaixo, formou-se uma roda punk. Eu rolei de rir com um gordinho que estava ao meu lado. Antes da banda começar Ace Spades ele estava indignado, xingando Deus e o mundo, mandando a banda embora, pois tinha ido para ouvir Metallica. Quando começou a música ele se transformou, pirou, foi até o chão (não é força de expressão, o cara foi até o chão mesmo chacoalhando a cabeça). Dá-lhe coerência!

A parte que eu mais gostei foi quando o baixista se dirigiu ao público dizendo: “Vocês gostam de Ozzy?” e, sem esperar resposta, começou No More Tears. Nessa eu pirei! E ali ficou claro que a banda era muito boa mesmo, tocaram a música inteira, fielmente, sem nenhum erro, o que não é fácil, até pelos efeitos de teclado que a melodia tem.

O Westhill terminou sua apresentação lá por 1:30, e aí veio a palhaçada. Foi quase uma hora e meia de espera até entrar o “Metallica”. Por que essa demora? Boa parte do público foi embora, não agüentou esperar. Neste intervalo o sono bateu e eu, como um bom senhor de idade, tirei um cochilo.

O “Metallica” abriu com uma música que eu não conhecia, mas que fiquei querendo conhecer, uma porrada bem ao estilo deles. Em seguida tocaram Master of Pumpets (mas não inteira) e emendaram com Seek and Destroy. O público, claro, foi ao delírio, porém eu não gostei, não sei dizer ao certo o que faltou ou sobrou, mas ficou longe da original. Para mim o ponto alto foi quando tocaram Whiskey in the Jar, já que é uma das músicas preferidas minha e de meus amigos. Após, veio Sad But True, e já dá para imaginar nosso êxtase.

Enfim, a noite foi ótima, foi muito bom sair com amigos tão queridos e se sentir jovem novamente. Que venha o próximo cover de rock n´ roll!

Nenhum comentário:

Postar um comentário