segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Deixem o Mano trabalhar - parte I


Semana passada o Brasil perdeu para a Alemanha e pronto, armou-se o rebuliço, parecia que o apocalipse se aproximava.

                Para terem idéia do absurdo, há tempos surgiu o movimento Volta Dunga (aquele mesmo, o que achava que “comprometimento” era mais importante do que saber jogar bola). Por óbvio que boa parte disso é ironia, mas há quem realmente queira o sétimo anão de volta.

                Vejam o que li por acaso ontem: o Mano está fazendo só o que a globo manda, já faz um ano que ta no cargo e nada. O Dunga estreou metendo 3 na Argentina.

                Ai minha bolsa escrotal! 

                Bom, antes de falar do Mano, deixa eu refrescar a memória desse povo (se é que eles a tem): Dunga foi aquele que levou para a Copa nomes como Michel Bastos, Grafite, Josué e Kleberson, ignorando Ganso, Neymar e R. Gaúcho. Foi o cara que insistiu na escalação de Felipe Melo, mesmo com todos os indícios maníacos-homicidas deste. Foi o sujeito que, perdendo para a Holanda, tirou um atacante (tento entender o que se passa na mente de alguém assim: “melhor perder só de 2 a 1 que levar uma goleada”. Gênio!).

                Diz o clichê que futebol é resultado, daí muitos exaltarem o Dunga (até a convocação para a Copa, depois foram unânimes que ele não era propriamente um sábio), afinal o Brasil havia ganhado a Copa América e a das Confederações. Quem defende a volta do Dunga parece esquecer o resultado da Copa (que é o que importa) e das Olimpíadas.

                Não entendem que a seleção está num processo de renovação, e que os resultados são o de menos (pronto, pirou!). O objetivo é a Copa, danem-se amistosos ou Copas América. O importante é que o time evolua, crie padrão tático, amadureça etc.

                Convém lembrar que o último jogo foi contra a Alemanha, 3ª colocada da Copa e que joga um dos futebóis mais vistosos do globo. Não é nenhuma aberração perder para uma seleção como esta, ainda mais jogando lá. Preferiam o que? Jogar contra a Tanzânia e ganhar?

                É óbvio que as coisas não vão bem. Nunca achei o Mano um técnico top (sempre o achei covarde e retranqueiro, tal como Tite e Celso Roth, o que me levou a queimar a língua diversas vezes, diante de bons trabalhos realizados por eles. De todo modo, é um perfil que nunca me agradou). E se afere que um técnico é retranqueiro não apenas pela escalação – às vezes armam o time com formação teoricamente ofensiva, mas na prática... – Aliás, é engraçado como algumas formações carregam estigmas: 4-3-3 é ofensivo, 3-5-2 é defensivo, e não se fala mais nisso.

                Mas daí a querer a cabeça do Mano vai uma atlântica diferença. E faço uma pergunta que todo dirigente deveria fazer antes de demitir um treinador: vai colocar quem no lugar? Creio que a maior parte dos brasileiros gostaria de ver o Muricy no comando (eu inclusive), mas acham que o Santos, tendo no horizonte um Mundial de Clubes e uma Libertadores, vai liberar?

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