sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Harry Potter


J.K. Rowling escreveu uma obra-prima. Creio que o maior mérito da escritora tenha sido fazer com que uma história sobre coisas que não existem – bruxos, magia, elfos, duendes – soe verossímil, seja porque muito bem explicada (os personagens têm poderes, mas não podem tudo. Existe uma infinidade de regras para se usar magia. Mesmo os personagens mais fortes da história possuem fraquezas), seja pela fantástica história que existe por trás de todos os acontecimentos.

À parte este universo paralelo sobre bruxos etc (que já me encanta), existem as histórias pessoais de cada personagem. Suas vidas, famílias, medos etc são mostrados – enfim, os personagens são profundos. Harry Potter não é apenas um bruxo prodígio que deve derrotar Vald..., ops, aquele-que-não-deve-ser-nomeado. É também um menino cujos pais foram assassinados, cresceu numa família estranha (de outra “casta”, inclusive) e possui vários conflitos internos.

Existe romance na trama. À medida que os personagens vão crescendo os amores adolescentes vão desabrochando. Mas não é uma história de amor, bem longe disso. Eis a grande diferença para a saga Crepúsculo, com a qual volta e meia Harry Potter é comparada. Minha irmã esses dias: “mas qual é a diferença entre Harry Potter e Crepúsculo? Por que uma goza de boa reputação e a outra não?”. Na hora respondi: “Harry Potter é bem visto porque tem história”. Sobre Crepúsculo a única coisa que posso dizer é que não vi/li e não tenho a menor vontade de fazê-lo. Não consegui assistir 15 minutos do filme.

Com a palavra alguém que entende “um pouco” mais que eu de literatura: “Tanto Rowling quanto Meyer estão falando diretamente para os jovens… a grande diferença é que J. K. Rowling é uma escritora magnífica e Stephenie Meyer não consegue escrever nada de valor. Ela não é muito boa.” Conhecem Stephen King?

A trama de Harry Potter é permeada de ação, mas, de igual forma quanto ao romance, não é uma correria desenfreada sem razão de ser (conhecem Velozes & Furiosos? rs).

Por fim, destaco o estilo da autora, claro e objetivo. As digressões funcionam bem; a ironia é fina, quase imperceptível para o leitor mais distraído; as passagens tocantes não são piegas. Mal posso esperar para assistir aos dois últimos filmes.

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