terça-feira, 16 de agosto de 2011

Diálogos edificantes


                (Ela) – Hoje em dia tá complicado, se deixar as mulheres montam...
                (Eu) – (cara de espanto. Espero que ela não tenha achado que eu pensei que ela se referia à equitação).
                - Tenho exemplo dentro de casa. Minha filha de 04 anos manda no meu filho de 06. Tá errado isso!
                - Por que (é claro que eu sabia)?
                - Porque ele é homem, o homem tem que mandar.
                - (cara de “hein?”)
                - É verdade, numa relação o homem tem que dar a última palavra, senão não dá certo. A mulher precisa saber que tem um homem (achei que ela fosse usar o termo “macho”) no comando.
                - (cara de “socorro!”)
                - Você não concorda?
                - Não. Nem um pouco (no tom mais maleável que consegui).
                - Sério?! (espanto genuíno)
                - Sério. Me dói ouvir esse tipo de coisa. Sou feminista.
                - Você é feminista?! (genuíno espanto).
                - Aham.
                - ...
                - E que fique claro: o feminismo não é o machismo invertido. Ser feminista não tem nada a ver com achar que as mulheres devem dominar o mundo, como vivem dizendo por aí.
                - Eu sei.
                - (sabe nada)
                - Como as coisas mudam de uma geração para outra.
                - Engano seu. Tem gente até mais nova do que eu que concorda com tudo o que você disse.

                Pois é, caros e caras, tive de ouvir tais pérolas de uma advogada de 32 anos, ou seja, nova e teoricamente instruída.

                Vou-me embora para Pasárgada!

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