segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Deixem o Mano trabalhar - parte II


               Há detalhes que dão indícios de qual é a real mentalidade um treinador, a despeito do que a armação do time possa sugerir. Sabe aquele jogo pegado que o time ta ganhando por 1 a 0? Aos 30 minutos da segunda etapa o técnico tira um atacante e coloca um volante “pra fechar o meio”. Claro que há jogos e jogos, “depende do caso concreto”, mas esta é uma receita que, a priori, eu detesto! Acho mais produtivo, neste exemplo, trocar um atacante por outro, colocar sangue novo para puxar o contra-ataque. 

                Nunca me esquecerei da final da Copa do Brasil de 2008 que o Corinthians perdeu para o Sport. No jogo de volta, lá na Ilha, o Timão tinha a vantagem do empate. O Mano escalou o mesmo time que vencera em São Paulo; todavia, a postura em campo foi covarde, o time entrou em campo para empatar. E já dizia não-lembro-quem-e-estou-com-preguiça-de-googlar: “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. Deu no que deu.

                Estabelecida a premissa de que Mano Menezes não é o técnico dos meus sonhos, passemos à sua defesa. Em primeiro lugar: quem mudaria mais que três titulares desta seleção? Eu talvez tirasse o Robinho, o André Santos e o Lucas Leiva (tomando a seleção da Copa América como base). Digo “talvez” porque escolher os substitutos não seria tarefa simples. Para a lateral-esquerda, quem? Marcelo? Maxwell? No lugar do Robinho, o Lucas? Com toda sinceridade, não mudaria praticamente nada. De toda forma, ainda que eu questione esses três, meu ponto é que não tem ninguém nessa seleção cuja escalação seja reputada um absurdo.

                Já vi gente dizendo que o Mano não sabe motivar o time. Até concordo que este lado psicólogo seja importante num treinador (pra mim é este o diferencial do Felipão), mas creio que estamos cobrando a pessoa errada. Se o jogador não sente orgulho de jogar na seleção e por isso não rende o que pode, a culpa é do treinador ou do próprio jogador (pergunta retórica)?

                O time é bom e eu gosto do esquema de jogo. “Mas não funciona”. É preciso tempo, caras pálidas. Onze jogadores não formam um time da noite para o dia. Deixem o hómi trabalhar.

                P.S – A nota emitida pela CBF garantindo Mano Menezes no cargo não me tranqüiliza. Quem lembra do Leão sendo demitido ao desembarcar no Brasil em 2001, após sua permanência ter sido assegurada? Quem acredita na palavra de Ricardo Teixeira?

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